sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como outros países lidam com a questão da transexualidade na infância

Rapha Laet é fã da mais jovem transexual do mundo, a alemã Kim Petras, cantora e pop star entre adolescentes na Internet. Ela nasceu como um menino, de nome Tim, e desde pequena se comportava como menina. Os pais deixaram que Tim se vestisse como quisesse e ela cresceu usando roupas femininas e brincando de barbie. Aos 12 anos, começou a fazer tratamento hormonal e, aos 16, fez a cirurgia de mudança de sexo. No mesmo ano, ela mudou oficialmente o nome de Tim para Kim. Kim foi aceita pela família, mas sofreu o preconceito fora de casa ao longo de sua infância e adolescência. Ela contou sua história para o programa de TV britânico “This Morning”, em inglês.


Nos países desenvolvidos, as idades para fazer a cirurgia de mudança de sexo variam de 16 a 21 anos e são sempre precedidas por um período de acompanhamento médico, psicológico e psiquiatrico. Mas como lidar com a criança e adolescente antes que tenham idade para a transformação médica oficial? A maior parte dos paíes da Europa e América do Norte já estão com uma discussão avançada sobre essa fase. Nos Estados Unidos, a lei é diferente em cada estado, mas a maior parte das escolas aceitam a matrícula de crianças trans com o nome e sexo de sua escola. É o caso do estado do Nebraska, onde um caso gerou polêmica em 2009 quando uma escola católica recusou a transformação de um aluno. Em Omaha, cidade mais populosa do estado, os pais de um menino de 8 anos procuraram a direção para avisar que ele estava virando ela e deveria começar a 3ª série com roupas e nome femino. A criança fazia acompanhamento psicólogico e a decisão havia sido tomada em conjunto com a terapeuta. A direção, porém, negou renovar a matrícula do aluno com roupas femininas e os pais tiveram de procurar uma escola pública. O caso ganhou atenção da imprensa nacional, que apontou o procedimento da escola pública como a melhor alternativa para que a criança não fosse obrigada a parar de estudar.

O debate sobre crianças transexuais está tão avançado que, no estado da Flórida, criou-se uma fundação só para tratar da questão, é a Trans Kids Purple Rainbow Foudation. A orientação para que alunos transexuais sejam aceitos como tal é a mesma no Canadá. Lá, além de receber o aluno, a escola deve indicar uma pessoa com a qual estudantes transexuais, travestis e homossexuais possam conversar sobre como estão se adaptando.

Um dos casos mais citados pelas redes de debate internacional sobre crianças trans é o da australiana Jazz. Ela é conhecida como uma das mais jovens crianças a ser aceita pelos pais como transexual no mundo. Nascida como um menino, Jazz sempre sofreu com a identidade e pediu para ser tratada como menina. Desde pequena, seu brinquedo e personagem preferidos são as sereias. No último ano da pré-escola, na festinha de 5 anos, os pais fizeram uma festa na piscina da casa e deixaram que Jazz usasse maiô. Nos vídeos da família, é possível ver a sua alegria, pulando e sorrindo com a roupa de banho feminina. Foi a primeira vez que ela pode usar roupa feminia. Em outro episódio, já mais velha, a profesora de balet pediu que Jazz usasse roupa masculina na aula. Os pais também registraram, em vídeo, a sua reação: Jazz ficou parada no meio do salão, olhando para o vazio, visilmente constrangida com a camiseta folgada. Sua história foi veículada pelo programa jornalístico “60 minutes Austrália” e ajuda a entender os desafios que os pais e a escola enfrentam ao assumir a identidade de crianças transexuais. 


Por: G1

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