quinta-feira, 31 de março de 2011

Parlamentares estrangeiros pedem que Brasil seja o próximo a garantir casamento civil a gays.

Pedro Zerolo, durante a cerimônia da Frente Parlamentar.
Pedro Zerolo, durante a cerimônia da Frente Parlamentar.



















Agora é a vez do Brasil. O mundo olha o Brasil, um país muito importante e que precisa avançar na justiça social. E garantir direitos iguais a seus cidadãos é justiça social, afirmou o vereador de Madri, Pedro Zerolo. Ele representou o presidente da Espanha, José Luiz Zapatero, na cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBTnesta terça-feira (29).
Zerolo pediu aos parlamentares da frente para terem coragem, porque “nela está o segredo da liberdade e da igualdade”. A Espanha aprovou a igualdade no casamento civil em 2005.
– Hoje é um dia histórico, hoje o Brasil começa o caminho para garantir a igualdade LGBT. Não vai ser fácil, mas vamos conseguir e aqui no Brasil haverá o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo – afirmou Pedro Zerolo.
Também presente ao lançamento da frente parlamentar, a deputada argentina Vilma Ibarra – autora do projeto de lei que garantiu em 2010 a aprovação da igualdade no casamento naquele país – afirmou que a sociedade argentina discutiu profundamente o assunto e aprovou uma proposta que tratava de igualdade e que mudava as leis civis de um estado laico.
– Desejo que o Brasil possa percorrer o mesmo caminho que a Argentina, porque isso fará muito bem à América Latina – disse a deputada.
Durante os debates, a deputada afirmou que os argentinos conheceram a realidade de cidadãos que eram discriminados em função de sua orientação sexual.
– Toda a sociedade debateu a necessidade de igualdade de direitos. E essa história nasceu em uma reunião como essa, quando pensávamos que era impossível. Cinco anos depois temos uma lei aprovada e um país orgulhoso por ser o primeiro da região a garantir a igualdade de seus cidadãos– afirmou a deputada.
Segundo Vilma Ibarra, todos os parlamentares que votaram a favor da lei foram reeleitos e hoje fazem questão de divulgar que foram favoráveis à proposta, enquanto aqueles que se opuseram são vistos atualmente como os que não queriam a igualdade.
O Brasil retrocedeu no reconhecimento dos direitos dos cidadãos LGBT, e com isso, foi deixado para trás por países que eram mais conservadores, como Argentina, Portugal e Espanha. O diagnóstico foi feito pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), também durante a cerimônia de relançamento da Frente Parlamentar.
– Enquanto na Argentina hoje tem casamento gay, no Brasil temos espancamentos na avenida Paulista – lamentou a senadora.
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que divide a coordenação provisória da frente com Marta, está recolhendo assinaturas de deputados para apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) prevendo o direito ao casamento para casais do mesmo sexo.
– União estável é diferente de casamento e, além disso, os casais de pessoas do mesmo sexo serão obrigados a entrar na Justiça para conseguir a união estável, mesmo que o STF decida favoravelmente – explicou.
Jean acredita que o papel da Frente Parlamentar deverá ser tocar projetos que garantam direitos à comunidade LGBT e lutar publicamente contra a homofobia.

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